terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O caos provoca a evolução


As transições de fases propiciadas pelo processo contínuo de transformação, em que certas características ou elementos, a princípio simples, parciais ou indistintos, tornam-se mais complexos, ou mais pronunciados, constituem as forças motoras da evolução. Eles estão correlacionas com a semiose, nas associações por semelhança, por contigüidade e por continuidade, enunciados por Peirce (CP 6. 158). Quando o hábito é colocado em dúvida, a desordem é instalada e provoca o aparecimento de novas estruturas mais harmonizadas com o meio. Isso vem promover o estabelecimento de uma nova ordem.

O que é um sígno?


Para que determinado enunciado tenha êxito, é imprescindível que o emissor encaminhe a mensagem ao destinatário e empregue a combinatória sígnica adequada à mensagem. A mensagem simbólica possui um referente icônico-indicial, que deverá ser apreendido pelo destinatário. Para que isso ocorra, é essencial que tanto o emissor quanto o destinatário de um processo de comunicação disponham de um código comum, além da existência de um canal entre ambos: uma conexão física ou mental (MS 404, §5).

Interpretar é abstrair?


A generalização simbólica de uma idéia, em terceiridade, funciona a primeiridade produtora de uma identificação icônica entre objeto tematizado no discurso, além de uma secundidade, em que há uma indicialidade entre o símbolo e seu objeto de referência. Em outras palavras, o índice incorpora o ícone, e o símbolo incorpora os dois modos de interação comunicativa anteriores. A linguagem verbal é assim um amálgama ao ser manifestada, não apenas pelo uso da palavra em símbolos convencionados e arbitrários de modo psicológico, como desejam os lingüistas.

Elípse evolutiva


As inter-relações entre os sistemas usuários de signos e seus processos evolutivos por semelhança, por contigüidade e por generalidade. A cosmoesfera dos signos peirceanos, mediadora de todas as linguagens, pode proporcionar um recorte: da transdução dos microrganismos até a comunicação midiática entre os humanos. A mudança de hábito através desordem que promove nova ordem, é um fato cognitivo, ao descrever a coleta da informação do mundo exterior até o processo cognitivo no mundo interior.

Sombra e água fresca


Adquirir conhecimento é um processo que deve retroagir indefinidamente à origem objetual. Embora seja quase impossível o retorno ao objeto primordial gerador de uma determinada idéia, como linguagem humana, por exemplo, é possível supor uma necessária investigação de como se deu a origem de um conceito, para se entender melhor o que ele significa hoje. Esse dado original não seria outra coisa senão um signo-objeto, que remete a outrooutro signo ad infinitum. É signo porque é meio transmissor indispensável para a veiculação da informação. Ele transmite a informação sobre determinada coisa, que transmite o seu significado que estivera potencialmente presente no objeto gerador, embora esse signo mediador não carregue o ser real em si mesmo, mas sua representação.